Imagem de uma mulher usando o aplicativo da Uber em seu celular, com foco na nova funcionalidade de escolher motoristas mulheres.

A sensação de vulnerabilidade ao entrar no carro de um desconhecido é uma realidade para muitas mulheres. Por anos, uma solução parecia óbvia: permitir que passageiras pudessem escolher ser conduzidas por outras mulheres. Após uma longa espera e implementações bem-sucedidas em 40 países, incluindo Brasil e México, a Uber finalmente traz a funcionalidade “Preferência por Mulheres” para os Estados Unidos, seu mercado de origem. A iniciativa, que começará como um projeto piloto em cidades como Detroit, Los Angeles e São Francisco, representa um passo crucial para atender às preocupações de segurança que dominam o debate sobre aplicativos de transporte.

A Segurança Como Prioridade: Uma Nova Era para Passageiras

A mecânica é simples e focada em dar mais controle às usuárias. Mulheres que utilizam o aplicativo como passageiras poderão ativar a preferência por motoristas mulheres. Ao solicitar uma corrida, o sistema buscará prioritariamente por uma condutora. Caso o tempo de espera seja maior que o desejado, a usuária terá a opção de cancelar a preferência e solicitar o motorista mais próximo, independentemente do gênero. Do outro lado, as motoristas também ganham autonomia, podendo configurar seu aplicativo para receber chamadas exclusivamente de passageiras. Essa flexibilidade, segundo a Uber, visa criar um ambiente mais confortável e seguro para todas.

Como Funciona a Nova Ferramenta?

A demora para a implementação nos EUA, enquanto a função já existia desde 2018 na Arábia Saudita, levanta questões. A principal barreira pode ter sido o receio de litígios por discriminação de gênero, um cenário legal complexo no país. Curiosamente, a concorrente Lyft saiu na frente e lançou uma ferramenta similar no mercado americano antes da Uber. Conforme noticiado pelo TechCrunch, fonte original desta informação, a medida também é uma estratégia para equilibrar a força de trabalho. Atualmente, apenas 1 em cada 5 motoristas da Uber nos EUA são mulheres. A expectativa é que, ao oferecer uma camada extra de segurança, mais mulheres se sintam encorajadas a se tornarem motoristas, aumentando a representatividade e a disponibilidade do serviço. Embora os relatórios de segurança da Uber mostrem uma queda nos incidentes de assédio, a percepção de segurança ainda é um fator decisivo. Esta funcionalidade, mais do que uma simples atualização, é uma resposta direta a uma demanda antiga e essencial por mais segurança e tranquilidade no transporte diário.

(Fonte original: TechCrunch)