
Após as devastadoras inundações no Texas, uma teoria da conspiração viralizou: uma startup de semeamento de nuvens, a Rainmaker, teria intensificado o desastre. No entanto, a análise científica desmente categoricamente essa acusação, revelando uma busca por culpados simples para um evento complexo.
A Escala do Semeamento vs. a Força da Natureza
Conforme apurado pela TechCrunch, especialistas como Bob Rauber e Katja Friedrich são unânimes: a tecnologia não teve relação com as enchentes. A principal razão é a escala. O semeamento de nuvens, que usa partículas de iodeto de prata para induzir chuva, gera um volume de água ínfimo. Um estudo bem-sucedido produziu milhões de galões, mas uma tempestade como a do Texas movimenta trilhões. A contribuição da semeadura seria uma "gota no oceano", estatisticamente insignificante.
O Fator Tempo e a Eficácia da Técnica
Outro ponto crucial é o tempo. A operação da startup ocorreu dias antes da tempestade. Segundo Rauber, a massa de ar tratada já estaria sobre o Canadá quando as chuvas começaram. Além disso, a eficácia da técnica é comprovada em nuvens de inverno (orográficas), não nas nuvens de verão (cumulus) típicas do Texas, que são menos receptivas ou já são naturalmente eficientes em gerar chuva, como as de tempestades, tornando a intervenção inócua.
A Verdadeira Causa das Inundações
A verdade é que as inundações foram causadas por um fenômeno meteorológico de proporções gigantescas. Apontar para o semeamento de nuvens é desviar o foco da realidade científica, alimentando a desinformação em um momento de vulnerabilidade coletiva.
(Fonte original: TechCrunch)