
Você consegue imaginar gigantes como Coca-Cola e Nestlé operando às cegas em mercados emergentes? Por anos, a falta de dados de consumo precisos e em tempo real em regiões fora do eixo EUA-Europa foi um problema crônico. Dados governamentais desatualizados, relatórios de mercado imprecisos e a ineficácia de pesquisas tradicionais criavam um cenário de incerteza. Foi essa frustração que levou Joseph Rutakanga, após oito anos de busca por uma solução inexistente, a criar a sua própria. Agora, sua startup, a Rwazi, acaba de levantar US$12 milhões em uma rodada de financiamento Série A, liderada pela Bonfire Ventures, para resolver essa dor de forma definitiva.
A Revolução do "Zero-Party Data"
A grande sacada de Rutakanga e seu cofundador, Eric Sewankambo, não foi criar mais um painel de pesquisa, mas sim uma abordagem radicalmente nova: o uso de "zero-party data". Em vez de inferir ou modelar o comportamento do consumidor, a Rwazi construiu uma infraestrutura que permite aos próprios consumidores compartilharem voluntariamente seus dados de consumo, em tempo real e de forma verificada. Essa mudança de paradigma é o que diferencia a Rwazi de concorrentes legados como GFK e Ipsos. Enquanto os métodos tradicionais se baseiam em projeções, a Rwazi oferece uma visão direta e autêntica do que está acontecendo no carrinho de compras do consumidor, seja na Índia, no Brasil ou na Turquia.
Expansão e o Futuro do Consumo
Com o novo capital, a Rwazi planeja escalar seu copiloto de IA, uma ferramenta que promete não apenas mostrar os dados, mas também ajudar os clientes a tomar decisões mais rápidas e precisas. A empresa, que já atua em 190 países, também pretende expandir sua equipe de engenharia para fortalecer a infraestrutura que captura a complexa e dinâmica realidade do consumo global. Este investimento, que se soma a uma rodada seed de US$4 milhões em 2022, valida a tese de que, na economia atual, vencer significa antecipar tendências e agir com confiança antes da concorrência. A Rwazi não está apenas vendendo dados; está oferecendo a capacidade de "ver o futuro" do consumo.
(Fonte original: TechCrunch)