Índia Bloqueia 25 Apps de Streaming: Censura, Lucro e o Futuro do Conteúdo Adulto

Em uma de suas maiores ofensivas digitais, a Índia ordenou o bloqueio de 25 aplicativos de streaming por conteúdo "obsceno". A medida afeta serviços populares no mercado local, como Ullu e ALTT, que somam milhões de espectadores. A decisão, baseada na Lei de TI de 2000, mira um nicho de entretenimento adulto que florescia fora do radar de gigantes como a Netflix, atendendo a uma demanda massiva por conteúdo mais ousado.

Um Mercado Lucrativo Atingido

Apesar de menos conhecidos globalmente, esses apps são potências financeiras. Dados do TechCrunch revelam que apenas 10 dos serviços banidos geraram US$ 5,7 milhões e 105 milhões de downloads. Ullu reportou lucro de US$ 2,5 milhões em 2024, e a ALTT faturou US$ 2,3 milhões em 2025, provando a viabilidade de seu modelo de assinaturas de baixo custo. O bloqueio atinge diretamente um mercado lucrativo e em plena expansão.

Censura e Incerteza Regulatória

Este movimento não é um caso isolado. Ele se insere em um contexto maior de censura e regulação de conteúdo na Índia, onde até mesmo Netflix e Amazon Prime Video enfrentam pressões. A ação contra os 25 apps é mais drástica e expõe a complexa batalha do governo contra a "obscenidade", um termo legalmente vago, criando um cenário de incerteza para criadores e plataformas.

O Jogo de Gato e Rato Digital

A eficácia do bloqueio, contudo, é duvidosa. Muitos desses serviços já usavam canais alternativos de distribuição, como arquivos APK diretos. A expectativa é que ressurjam com novos nomes, continuando o jogo de gato e rato com os reguladores. A decisão destaca a tensão entre controle estatal e a natureza descentralizada da internet, questionando o futuro da liberdade de conteúdo no país.

(Fonte original: TechCrunch)