
A ascensão de Michael Intrator, CEO da CoreWeave, ao status de deca-bilionário em apenas três meses parece um conto de fadas da era da Inteligência Artificial. No entanto, ao analisar os fundamentos da empresa, a história se revela mais complexa e arriscada, servindo como um microcosmo da atual euforia do mercado.
O Brilho Enganoso do Sucesso
Conforme noticiado pelo TechCrunch, a CoreWeave, que fornece serviços de nuvem para IA com um arsenal cobiçado de GPUs da Nvidia, viu suas ações dispararem quase 300% desde seu IPO. Com clientes como OpenAI e Microsoft, e a própria Nvidia como investidora, o otimismo parece justificado.
Um Castelo de Cartas Financeiro
Contudo, sob essa superfície brilhante, existe um castelo de cartas financeiro. A empresa carrega uma dívida de aproximadamente US$ 8,8 bilhões, com juros que chegam a 15%. O modelo de negócio consiste em tomar empréstimos usando as próprias GPUs como garantia para financiar sua expansão. Apesar de uma receita de quase US$ 1 bilhão no primeiro trimestre, a CoreWeave registrou uma perda líquida de US$ 315 milhões.
A Dualidade da Bolha da IA
O mais fascinante é a origem da empresa: uma operação de mineração de criptomoedas que nasceu das cinzas de um fundo de hedge fracassado. A transição de um depósito em Nova Jersey para se tornar um pilar da infraestrutura de IA global é notável. A CoreWeave simboliza a dualidade da bolha da IA em 2025: crescimento explosivo e receita massiva impulsionados por uma demanda insaciável, mas sustentados por dívidas e uma euforia que ignora métricas tradicionais de lucratividade. A questão não é se a IA é transformadora, mas se empresas como a CoreWeave conseguirão se manter de pé quando a poeira da corrida do ouro assentar.
(Fonte original: TechCrunch)