
Imagine um robô treinado para desviar de pedestres nas ruas movimentadas de Tóquio se tornando a solução ideal para a logística de uma fábrica na Alemanha. Essa é a história da Cartken, a startup de robótica que está redefinindo seu caminho. Fundada por ex-engenheiros do Google, a empresa ficou conhecida por seus robôs que entregavam comida em campi universitários, mas descobriu uma necessidade ainda maior em um lugar inesperado.
A Descoberta de uma Nova Demanda
Enquanto o negócio de entrega de última milha crescia com parcerias como Uber Eats e GrubHub, um movimento silencioso acontecia nos bastidores. Empresas do setor industrial começaram a procurar a Cartken, questionando se seus robôs poderiam otimizar o fluxo de materiais em fábricas e laboratórios. Christian Bersch, CEO da startup, percebeu que havia uma "grande necessidade real em casos de uso industriais", onde o valor era ainda mais direto e mensurável para as empresas que buscam otimizar seus fluxos de produção.
O Ponto de Virada com a ZF Lifetec
O ponto de virada veio com a ZF Lifetec, uma gigante da manufatura alemã. Um robô de entrega da Cartken, projetado para carregar 20 kg, começou a transportar amostras de produção e rapidamente se tornou o robô mais ocupado da empresa. Esse sucesso validou a hipótese: a tecnologia era perfeitamente transferível. A IA, treinada com anos de dados complexos de entregas urbanas, permitiu que os robôs navegassem com segurança em ambientes internos e externos, desviando de obstáculos com uma eficiência surpreendente.
Foco no Futuro Industrial
Com a nova direção clara, a Cartken expandiu sua frota. Lançou o Cartken Hauler, um robô industrial capaz de carregar 300 kg, e aprofundou sua parceria com a Mitsubishi, que encomendou quase 100 unidades para uso em instalações industriais japonesas. Embora a empresa continue suas operações de entrega de comida, o foco agora está claro: resolver os desafios logísticos internos de setores que vão do automotivo ao farmacêutico, provando que, às vezes, a maior oportunidade não está na rua, mas dentro da fábrica.
(Fonte original: TechCrunch)