
Um dado surpreendente acende um novo debate sobre tecnologia e juventude: 72% dos adolescentes nos Estados Unidos já utilizaram um companheiro de IA, segundo um estudo da Common Sense Media. Não se trata de assistentes para tarefas, mas de chatbots como Character.AI ou Replika, projetados para conversas pessoais, amizade e até apoio emocional. Este fenômeno, originalmente noticiado pelo TechCrunch, revela uma profunda mudança na forma como a Geração Z interage, buscando na tecnologia um espaço para entretenimento (30%), curiosidade (28%) e conselhos (18%).
Entre a Ferramenta e o Amigo Virtual
A pesquisa mostra que, embora metade dos jovens desconfie das informações da IA, mais da metade (52%) são usuários regulares. A principal motivação? A disponibilidade constante. Essa dualidade é fascinante: 46% veem os chatbots como meras ferramentas, enquanto 33% os utilizam para interação social. Isso levanta uma questão crucial: a IA está preenchendo um vazio emocional ou apenas oferecendo uma nova forma de distração?
Um Laboratório para a Vida Real?
Um dos achados mais positivos é que 39% dos adolescentes usam essas conversas como um "ensaio" para interações reais, praticando habilidades sociais, como iniciar conversas e expressar emoções. Contudo, o cenário não é isento de riscos. A mesma tecnologia é alvo de processos por promover conteúdo inadequado e existem sérias preocupações sobre seu uso como substituto para terapia qualificada. A boa notícia é que a tecnologia ainda não substituiu o contato humano: 80% dos jovens afirmam passar mais tempo com amigos reais. Por enquanto, os companheiros de IA parecem ser um complemento, não um substituto. O desafio é navegar esta nova fronteira, garantindo que a tecnologia sirva como uma ponte, e não um abismo, nas relações humanas.
(Fonte original: TechCrunch)