Cluely AI: Da Trapaça à Ambição de Superar o ChatGPT

Você criaria uma ferramenta de IA para 'trapacear em tudo', seria suspenso da universidade por usá-la e, em seguida, receberia um aporte de US$ 15 milhões de um dos maiores fundos de investimento do mundo? Essa é a controversa história de Roy Lee e sua startup, a Cluely. A polêmica explodiu, gerando um debate acalorado sobre ética em IA e levando ao surgimento do 'Truely', um aplicativo criado especificamente para detectar o uso do Cluely. O cenário parecia uma clássica guerra tecnológica de gato e rato.

A Mudança de Estratégia e o Marketing Agressivo

No entanto, em uma reviravolta surpreendente, Lee não parece nem um pouco preocupado. Conforme reportado pelo TechCrunch, o fundador da Cluely minimizou a importância dos detectores, afirmando que a 'invisibilidade' nunca foi o recurso principal da ferramenta, mas sim um 'extra bacana'. Ele revela que a maioria dos clientes corporativos já desativa essa função por questões legais. Essa mudança de postura acompanha uma nova estratégia de marketing: o slogan 'trapacear em tudo' foi substituído por um mais sutil 'Tudo o que você precisa. Antes de você pedir. ... Isso parece trapaça.'

A Ambição de Superar o ChatGPT

Essa manobra expõe uma tática de 'rage-bait marketing' perfeitamente executada para atrair atenção e investimento. Agora, com o capital garantido, a Cluely se reposiciona. A verdadeira ambição de Lee, segundo ele, é muito maior: destronar o ChatGPT. A vantagem competitiva da Cluely seria sua capacidade de entender o contexto em tempo real, analisando o que está na tela e no áudio do usuário. Mais do que uma ferramenta de trapaça, a Cluely se apresenta como o próximo passo evolutivo dos assistentes de IA, integrando-se de forma proativa ao nosso fluxo de trabalho. A questão que fica é se o mercado irá esquecer suas origens controversas e abraçar essa nova visão.

(Fonte original: TechCrunch)