Imagem principal do artigo sobre o plano da Apple e Tim Cook para a Inteligência Artificial.

Por meses, o mundo da tecnologia se perguntava: onde está a Apple na revolução da Inteligência Artificial? Enquanto concorrentes lançavam chatbots e ferramentas inovadoras, a gigante de Cupertino parecia presa a uma Siri que não evoluía, gerando críticas e dúvidas no mercado. Essa hesitação aparente levantou uma questão incômoda: teria a Apple, conhecida por definir tendências, sido pega de surpresa? A resposta veio de forma contundente e direta de seu CEO, Tim Cook, sinalizando não apenas que a Apple está no jogo, mas que planeja redefinir as regras.

O Investimento Massivo em IA

Durante a chamada de resultados do terceiro trimestre, Tim Cook declarou que a Apple irá "aumentar significativamente" seus investimentos em IA, classificando-a como "uma das tecnologias mais profundas de nossa vida". Essa não é apenas uma reação ao mercado, mas a reafirmação de uma filosofia central da marca: pegar as tecnologias mais avançadas e torná-las intuitivas e acessíveis para todos. Segundo Cook, essa é a essência da estratégia de IA da Apple.

Estratégia de Aquisições e Foco no Produto

Para provar que não se trata apenas de um discurso, a empresa está movendo recursos de forma estratégica. Cook revelou que um "número razoável de pessoas" está sendo realocado para focar em projetos de IA. Além disso, os gastos de capital aumentaram, impulsionados por esses investimentos. A estratégia também é agressiva no campo de fusões e aquisições (M&A). A empresa já adquiriu sete companhias este ano e, segundo Cook, realiza aquisições "a uma taxa de uma a cada várias semanas" para acelerar seu roteiro de inovação.

O Futuro é Complementar, não Substituto

A Apple não ignora as críticas sobre ter ficado para trás, especialmente com os atrasos em funcionalidades prometidas, como uma versão mais inteligente da Siri. Contudo, a defesa da empresa é consistente com sua história: lançar o produto certo é mais importante do que ser o primeiro. Lançar funcionalidades apressadas ou que não cumprem o que prometem seria um erro estratégico. A empresa já lançou mais de 20 recursos sob o guarda-chuva "Apple Intelligence", incluindo ferramentas de escrita e edição de imagem. A atualização mais profunda e personalizada da Siri, no entanto, foi adiada para 2026, indicando a complexidade do desafio. Em meio a visões futuristas, como a de Mark Zuckerberg, que aposta em óculos de IA como a próxima grande plataforma, Tim Cook mantém os pés no chão. Ele discorda que um novo hardware substituirá o smartphone. "É difícil ver um mundo onde o iPhone não exista", afirmou. Para Cook, novos dispositivos de IA serão "complementares, não substitutos". Essa visão reforça a importância do ecossistema Apple, onde o iPhone continuará sendo o hub central da vida digital do usuário, agora potencializado por uma camada de inteligência artificial integrada e coesa. A Apple não está correndo para criar o próximo gadget; está focada em tornar o gadget que todos já têm exponencialmente mais inteligente.

(Fonte original: TechCrunch)