
A noite de segunda-feira em São Francisco foi palco de mais um capítulo da efervescente cultura de startups, com a Cluely, uma empresa de IA nascida da controvérsia, no centro das atenções. Seu CEO, Roy Lee, apelidou o ocorrido de "a festa mais lendária que nunca aconteceu", após a polícia intervir e encerrar o evento.
A Cluely pretendia organizar uma "after-party" aproveitando o burburinho de um evento da Y Combinator, que contava com figuras proeminentes da tecnologia. Seguindo sua linha de marketing provocador – a startup ficou conhecida por prometer "ajudar a trapacear em tudo" – Lee promoveu a festa em suas redes sociais.
Apesar da alegação de Lee de que os convites eram limitados, a divulgação viralizou. Uma multidão inesperada, estimada em 2.000 pessoas, congestionou as ruas ao redor do local, levando à intervenção policial. "A aura da Cluely é forte demais!", teria exclamado Lee durante a dispersão.
Este incidente adiciona mais uma camada à história da Cluely. A startup ganhou fama após Lee admitir ter sido suspenso da Universidade de Columbia por criar uma ferramenta de IA para burlar entrevistas de emprego. Essa ferramenta se tornou o produto principal da empresa, que recentemente captou US$ 5,3 milhões em investimento. Seu marketing, embora ainda audacioso, agora se apresenta como: "Tudo o que você precisa. Antes de pedir."
O cancelamento da festa virou motivo de memes e discussões. Para Lee, o episódio reforça a mística da Cluely. Contudo, o caso suscita debates: qual o limite do marketing agressivo? Uma filosofia de "trapaça" é eticamente defensável, especialmente no campo da IA? Este evento frustrado, ao invés de apagar, talvez intensifique a notoriedade da Cluely, uma startup que navega na fronteira entre o marketing de guerrilha e a responsabilidade corporativa.
(Fonte: TechCrunch)